Você já ouviu falar no Fábio Porchat, Paulo Gustavo, ou até mesmo do mais novo nome do humor Whindersson Nunes e claro no ícone brasileiro Tiririca. Mas, o que você provavelmente não pensou é que ser comediante é uma coisa séria! No dia 26 de fevereiro foi comemorado o dia do comediante e não poderíamos deixar de falar dessa profissão que realmente sai da zona de conforto.

O comediante não é só alguém que faz uma plateia rir, ao contrário. O papel do humorista é muitas vezes como o de um filósofo e reside muito na reflexão e crítica social trazendo temas que precisam ser discutidos e pensados, a diferença é como ele aborda o assunto.


Entrevistamos o mineiro Bruno Berg, pioneiro na comédia stand-up em Minas Gerais e membro-fundador do primeiro grupo mineiro, o Queijo, Comédia e Cachaça e da Cia de Humor Desculpa Qualquer Coisa, veja sua visão a respeito do papel do humorista na construção do pensamento social:

Bruno Berg

Discordo muito de comediantes que dizem que “uma piada é só uma piada”. Essa frase conta muito negativamente para nossa profissão. A função do humor, na minha opinião, não é fazer rir. O riso é consequência do humor. A função dele é fazer pensar, é criticar, é colocar o dedo na ferida. Isso tudo disfarçado de diversão. O comediante é o Bobo da Corte da sociedade e quem faz comédia com o único intuito de fazer rir está perdendo uma oportunidade gigantesca de ajudar a fazer um mundo melhor.

E saber fazer rir é uma arte. Falar de um assunto de maneira descontraída, leve entendível a muitas pessoas também requer conhecimento de comunicação e cultural apurados, além de artes cênicas e, claro, muito bom senso!

 

Os comediantes durante a história

 

Talg! Tragédia à lá Grega

A comédia é uma arte que desde a Grécia antiga existe para unir pessoas. E hoje não é diferente. Tanto em cafés como em stand ups e programas de audiência as pessoas se reúnem para serem envolvidas por alguém que realmente saiba contar uma boa história.

Um dos maiores nomes da arte é o mundialmente reconhecido Charles Chaplin. Ele foi um ícone do humor pastelão e fazia fortes críticas à política e economia durante um mundo muitíssimo turbulento e influencia milhões de pessoas até hoje.

Mas, não precisamos voltar várias décadas para falar de talentos. Hoje temos muitos comediantes em cena que mostram como é preciso literalmente sair da zona de conforto para se tornar referência.

Isso porque muitos profissionais não escolhem essa profissão de cara, ao contrário. Eles têm suas carreiras e experiências em outras áreas e um dia tomam a decisão de abandonar tudo para se dedicar ao humor, o que, na prática, não é a decisão mais fácil

Sempre gostei de escrever e contar piadas. Quando descobri a comédia stand-up foi amor à primeira vista. Trabalhava com arquitetura mas passava o dia pensando em comédia. Comecei a me apresentar como hobby e após um ano fui convidado para participar do Domingão do Faustão. Ali eu vi que era a hora de me dedicar mais e levar a coisa de uma maneira profissional. – Bruno Berg.

Os principais desafios e oportunidades

Um Maluco no Pedaço

Com o boom das redes sociais nos últimos anos, o cenário no humor tem mudado muito e se por um lado que gera oportunidades e visibilidade, aumenta a concorrência e exposição dos profissionais, fazendo com que eles tenham de se empenhar mais avidamente – muitas vezes mais do que outros profissionais!

O maior desafio foi ter a coragem de abandonar a carreira de arquiteto, à qual eu me dedicava há 10 anos. Mas após tomada a decisão não houve chance de arrependimento nem por um segundo. – Bruno Berg.

 

O próprio Bruno falou um pouco disso pra gente:

As redes sociais ajudaram muito a democratizar a cena. Com ela todo mundo pode se destacar sem depender de ter uma oportunidade na grande mídia. Não significa que seja fácil (tanto é que tô aí na batalha) mas quem quer viver de humor tem que estar sempre atento às redes e estar sempre se atualizando.

Antigamente a gente dizia que o Brasil tinha 150 milhões de técnicos e que ser técnico da seleção era a profissão mais difícil do país. Hoje em dia com as redes, somos 200 milhões de humoristas.


Então se você é um profissional da área tem que correr mais atrás de se diferenciar. Não dá pra se contentar com a primeira piada, com a primeira ideia.

Ainda de acordo com o Bruno, as perspectivas para o segmento são muito boas, com público e espaço para muita gente e em Belo Horizonte o cenário do humor vem se desenvolvendo muito.

E você, conhece algum comediante ou mesmo tem interesse pela profissão?